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Mostrando postagens com o rótulo História real

O FILHO CAÇULA - Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e avôs. Obviamente recebem mais presentes e de mais pessoas. Mas não numa família de 18 irmãos

2º CAPÍTULO - O FILHO CAÇULA  Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e dos avôs. São mais paparicados e até podem fazer algumas travessuras que os filhos mais velhos não podiam. Talvez porque os pais já sabem muito bem  a tarefa de criar um filho e acabam por serem mais relaxados. No que se refere a presentes no aniversário, dia das crianças ou natal, obviamente o filho caçula eh o que ganha mais presentes e de mais pessoas.  Bem, isso numa família de três, quatro ou até cinco filhos. Mas em minha família de dezoito filhos, eu não sou visto como filho caçula, mas sim, como mais um filho daquela casa cheia de gente. "Casa cheia de gente" eh assim que a vizinhança e parentes nos conhecem. Assim, as vantagens de ser o filho caçula naquela casa cheia de gente duraram muito pouco, ou, nem as tive. Em nossa casa, por ordem de meus pais, os irmãos mais velhos tem que tomar conta dos mais novos e os mais novos tem que tom...

O NOSSO BAIRRO - O rio contorna nosso bairro quase fazendo um círculo. O único pedaço que falta, passa as linhas do trem, fazendo do nosso bairro uma quase ilha

3º CAPÍTULO - O NOSSO BAIRRO O bairro que a gente mora eh todo plano. Na verdade a empresa onde meu pai trabalha aterrou todo ele, porque era muito irregular e com grandes crateras por estar na beira do rio. Este nosso bairro foi construído pela empresa onde meu pai trabalha. Não só o bairro, mas todas as casas dele. Este nosso bairro fica um pouco afastado da cidade, e para se chegar até ele tem que atravessar as linhas do trem. Este bairro tem três ruas bem largas e compridas, e são de terra batida. São as Ruas: "R", "M" e "V". Estes nomes representam o nome da empresa onde meu pai trabalha (Rede Mineira de Viação). E quatro travessas mais estreitas que as interligam em quatro pontos, que também são de terra batida. Nosso bairro tem o nome de "Vila Operária". Única casa que fica em uma dessas travessas, na última travessa na verdade, e de fundos para o rio, eh a casa do engenheiro chefe da empresa onde meu pai trabalha. Eh um casar...

A NOSSA CASA - Nossa casa fica na Rua UM, aquela rua onde passa a linha do trem. Por isso chamamos nossa rua de "O Canto da Linha"

4º CAPÍTULO - A NOSSA CASA Nossa casa fica na Rua "R", aquela rua onde passa a linha do trem. Por isso chamamos nossa rua de "O canto da linha". Todas as casas das três ruas são iguais. Todas as casas têm três quartos, sala, copa, cozinha, banheiro no fundo do terreiro da casa e uma coberta na saída da porta da cozinha para o terreiro. Nesta coberta fica o fogão a lenha, igual em todas as casas. Somente nossa casa tem um alpendre na frente da porta de entrada na sala. E somente nossa casa o banheiro fica dentro de casa e não no fundo do terreiro, como as outras casas. Ela tem este alpendre e o banheiro dentro de casa, porque foi construída para um dos engenheiros da empresa onde meu pai trabalha, mas ele não gostou da casa, então passaram a casa para meu pai morar, porque era o funcionário que tinha mais filhos. Todas as casas têm um quintal no fundo que a gente chama de terreiro e um jardim na frente. Nossa casa era como todas as outras. Era, porque ...

UMA CASA PARA VINTE PESSOAS - Parece difícil vinte pessoas morando na mesma casa, mas como os filhos vêm um a um, tornar isso possível fica até fácil

6º CAPÍTULO - UMA CASA PARA VINTE PESSOAS Parece difícil vinte pessoas morando numa mesma casa, mas como os filhos vêm um a um, tornar isso possível fica até fácil. Meus pais tinham o quarto deles. O outro quarto grande tinha quatro camas onde dormiam os meus quatro irmãos mais velhos. Nos outros três quartos que eram menores tinha duas camas cada um. E em cada cama dormia dois irmãos meus. Um na cabeceira e outro nos pés. Meu quinto irmão mais velho dormia numa cama de abrir, que era uma cama de mola que dobrava no meio. Na hora de dormir, ele abria essa cama em um dos quartos entre as duas camas e dormia lá. Eu dormia no berço que ficava no quarto dos meus pais. Dormia, porque quando fiz um ano minha mãe passou este berço para a sala. Assim eu dormia no berço na sala. As noites geralmente eram tranquilas. Meu pai trabalha na empresa que ficam em frente a nossa casa, depois da linha do trem que passa do outro lado. Os galpões desta empresa são tão compridos quanto a r...

MORANDO DEBAIXO DA MESA - Comecei a dormir debaixo da mesa e como não tinha que ir à escola ainda, fico mais tempo debaixo desta mesa que fora dali.

7º CAPÍTULO - MORANDO DEBAIXO DA MESA Dormir na sala e no berço não era problema para mim, isto até eu não caber mais no berço. Com seis anos não dava mais para dormir no berço e então minha mãe teve que improvisar um lugar para eu dormir. Por ser o filho caçula, não tinha direito a nenhuma cama. Alguns dos meus irmãos já reclamavam de ter que dormir dois na mesma cama, então me colocar para dormir com algum deles estava fora de questão. Minha mãe então decidiu que eu iria dormir debaixo da mesa. Aquela mesa grande da copa. Assim, ela forrou com cobertores o chão e ali ficou sendo minha cama. Comecei a dormir debaixo da mesa e como não tinha que ir à escola ainda, fico mais tempo debaixo desta mesa que fora dali. Não só dormia, mas almoçava ali em baixo, tomava café da manhã e o café da tarde. Debaixo da mesa acabou se tornando meu pequeno mundo. Claro que meus irmãos mais velhos quando estão tomando café da manhã para irem para a escola ou trabalhar, ficam me dando peq...

O BOLINHA - Meu irmão mais velho, que gosta de zoar com as pessoas, me apelidou de "Bolinha", dizendo que eu sou o cachorrinho da família

8º CAPÍTULO - O BOLINHA Minha tia, irmã de minha mãe eh nossa vizinha. Ela tem um cachorro que comprou para levar para o sítio que ela tem e fica fora da cidade. Este cachorro passou um tempo morando na casa dela e ele gostava de descansar e dormir em cima do pedal da máquina de costura de minha tia. O nome dele eh "Bolinha" Como eu gosto de ficar debaixo da mesa, meu irmão mais velho, que gosta muito de zoar com as pessoas, logo me apelidou de "Bolinha", dizendo que eu sou o cachorrinho da família. E assim, ele e todos de minha casa só me chamam de Bolinha. Quase não ouço ninguém dizer meu nome, pois até os outros meninos da rua e amigos de meus irmãos só me conhecem por Bolinha. Sempre dizendo que eu sou o cachorrinho da família. Ser o filho caçula de dezoito irmãos tira de você todos os privilégios e faz de você uma espécie de faz tudo. Assim, quando minha mãe pede para algum irmão meu fazer alguma coisa ou buscar algo, eles sempre dizem: "P...

A ESCOLA LONGE DE CASA - Não sei porque, mas minha mãe me matriculou em uma escola que ficava na cidade e eu tinha que ir a pé. Um de meus irmãos mais velho me levava até que eu aprendesse o caminho

10º CAPÍTULO - A ESCOLA LONGE DE CASA A empresa que meu pai trabalha construiu uma escola e uma farmácia no nosso bairro, uma do lado da outra. Foram construídos na terceira travessa, na mesma época que construiu as casas, a igreja e o campo de futebol. Eh para os funcionários e suas famílias. Todos os meus irmãos estudam ou estudaram nessa escola. Não sei por que, mas minha mãe me matriculou em uma escola que fica na cidade, e tenho que ir a pé. Um de meus irmãos mais velho era quem me levava na escola até que eu aprendesse o caminho. A escola eh longe, eu andava bem devagar e o irmão meu que estivesse me levando ficava reclamando: que eu não sabia andar direito, que eu parava para olhar tudo e que ia chegar na escola depois que a aula tivesse acabado. Nenhum deles gostava de me levar na escola, diziam que perdiam tempo demais comigo. Depois de um tempo passei a ir sozinho. No primeiro dia em que fui sozinho para a escola, cheguei atrasado e muito. Minha professora mand...

O PADRE QUE PASSAVA FILME NA PAREDE - Então fui até a copa, do outro lado da parede, para esperar o filme atravessar a parede e eu ver de perto.

18º CAPÍTULO - O PADRE QUE PASSAVA FILME NA PAREDE Aqui no bairro onde moramos não tem sala de cinema, mas na cidade tem. Mas no bairro tem um padre que passa filme na parede das casas dos moradores do bairro. Ele passa o filme sempre no sábado e quando ele pode. Já tinha ido em muitas casas passar o filme, mas aqui em casa ele nunca tinha vindo. E neste sábado meu pai avisou pra gente que ele viria passar o tal filme para nós. Quando o padre chegou já estava de noite. Ele chegou e já foi arrumando a sala para passar o filme. Prendeu um pano branco grande na parede da sala e depois ligou umas máquinas e começou a passar o filme. Nossa sala ficou cheia só com meus pais e meus irmãos. Eu estava lá vendo o padre montar tudo, mas quando foi para começar, vieram meus pais e meus irmãos e foram sentando no chão bem perto de onde estava passando o filme. Com isso foram me empurrando para trás e acabou que fiquei o mais longe de onde passava o filme, estava na porta do quart...

PESCARIA COM LIMÕES - Chegamos por volta das dez da noite. O lugar eh muito escuro. Meu pai acende uma lamparina que tem um mini botijão em baixo que eles chamam de Liquinho.

25º CAPÍTULO - PESCARIA COM LIMÕES Meu pai gosta muito de pescar. Ele pesca em muitos lugares perto de casa e um pouco mais longe aonde sempre vai a pé ou de bicicleta. Alguns lugares ele vai de trem até a estação e depois continua o restante do caminho até o rio a pé mesmo. Algumas pescarias do meu pai ele vai com os amigos e tios nosso. Geralmente essas ele fica mais tempo. Nas pescarias que ele vai a pé ou de bicicleta ele leva minha mãe, alguns dos meus irmãos e eu. Eu não gosto de pescar, mas tenho que ir assim mesmo. Alguns dos meus irmãos quando nasceram meu pai nem estava aqui, ele estava pescando e não deu para chegar a tempo de ver o nascimento. Um amigo de meu pai tem um rancho na beira de um grande lago formado por uma represa. Meu pai vai neste rancho pescar com este amigo dele, que eh o dono do rancho, geralmente na sexta e volta domingo. Eles vão no carro deste dono do rancho. Sempre meu pai leva um ou dois filhos. Pela primeira vez meu pai disse que eu vou ...

AS GALINHAS DE DOMINGO - Todos os domingos minha mãe faz galinha para o almoço. Meu pai corta a galinha em vinte pedaços, um para cada filho. Eu sempre fico com o pé da galinha

26º CAPÍTULO - AS GALINHAS DE DOMINGO Todos os domingos minha mãe faz galinha para o almoço. Temos aqui em casa um galinheiro onde meu pai cria galinhas. Elas são para nosso almoço de domingo. Meu pai eh quem pega a galinha, mata, depena e depois pica em pedaços. Ele sempre divide a galinha em vinte pedaços, porque tem que ser um pedaço para cada um de nós. O peito ele divide em dois pedaços e um pedaço eh dele e o outro da minha mãe. Tira também a parte com o ossinho de aposta. Assim ele vai picando a galinha. Tira a coxa e sobrecoxa, a asinha e a coxinha da asa. A costela ele divide em duas e o sobre também eh dividido em dois. Tem o pescoço, a moela, o fígado e o coração e claro, os pés. Os melhores pedaços vão sendo para os irmãos mais velhos. Assim meus pais ficam com o peito, o pedaço com as coxas e sobrecoxas ficam com meus quatro irmãos mais velhos. O próximo fica com o pedaço com o ossinho de aposta. Asas e coxinhas das asas com os quatro irmãos seguintes, o so...

BRINCANDO COM O ARROZ, O AÇÚCAR E O FEIJÃO - Misturei o arroz com o açúcar e o feijão e quando minha mãe viu começou a chorar.

27º CAPÍTULO - BRINCANDO COM O ARROZ, AÇÚCAR E O FEIJÃO Naquele balcão onde minha mãe guarda os sessenta quilos de arroz, os sessenta quilos de açúcar e os trinta quilos de feijão fica na copa, onde tem a mesa onde eu durmo em baixo. Muitas vezes meus irmãos e eu também, abrimos a tampa deste balcão, que eh uma tampa só para os três compartimentos, para pegar açúcar para comer. Claro, sem que minha mãe veja, pois ela não gosta que a gente mecha lá. Mas sempre que queremos comer alguma coisa doce, nós comemos açúcar. Quando o pé de tomate que tem plantado na horta aqui de casa tem tomates maduros, a gente apanha o tomate, parte ele no meio, come as sementes e depois enchemos de açúcar as duas bandas do tomate que partimos e comemos. Eh muito gostoso e fazemos isso sempre que tem tomates maduro nos pés daqui de casa. Eh melhor que doce. Estava deitado em minha cama debaixo da mesa e sem nada para fazer, olhando aquele balcão, quando resolvi ir comer açúcar. Abri a tampa do b...

AS GOIABEIRAS DA CASA DO MEU TIO - Eu não posso subir no pé de goiaba, porque estou sempre caindo de árvore, mas desta vez eu fui com cuidado para pegar uma goiaba grande, mas desequilibrei e caí

28º CAPÍTULO - AS GOIABEIRAS DA CASA DO MEU TIO Meu pai tem um irmão que mora em outro bairro não muito longe do nosso. Na casa deste nosso tio tem um terreiro muito grande. Neste terreiro da casa dele tem três pés de goiaba. Estes pés já são bem velhos e são muito altos. Sempre quando eh época de goiaba, meu pai deixa a gente ir nesta casa do meu tio pedir para apanhar goiabas. Nem sempre ele deixa. As vezes quando chegamos na casa dele, geralmente eu e mais uns quatro ou cinco irmãos meu e pedimos para apanhar goiaba, ele diz não. Sempre vamos lá pedir para apanhar goiabas no domingo. Quando ele deixa a gente apanhar goiabas e nós entramos para o terreiro dele, vemos os pés de goiabas carregados de goiabas maduras. O chão sempre cheio de goiabas que caíram. Eh muita goiaba mesmo nos três pés. Meus irmãos sobem com as sacolas para colocar goiabas para levar para nossos pais e meus outros irmãos que não vieram. Mas meus irmãos vão enchendo as sacolas e comendo goiaba ao me...

ENGRAXANDO SAPATOS - Eu ia para a cidade e ficava no cruzamento das duas principais ruas, porque ali passava a maioria das pessoas a pé. Muitos que queriam engraxar os sapatos não acreditavam que eu seria capaz de engraxar os sapatos deles direito

30º CAPÍTULO - ENGRAXANDO SAPATOS Meu pai procura sempre arrumar um emprego para meus irmãos assim que ele entende que já podem trabalhar. Mas nem sempre ele consegue, outras vezes ficam no trabalho por pouco tempo, talvez porque são novos ainda. Eu comecei a engraxar sapatos quando era bem novo ainda. A caixa de engraxar sapatos era do meu irmão mais velho, foi feita na empresa onde meu pai trabalha. Quando meu irmão arrumou outro serviço, passou a caixa para o irmão mais novo. E foi assim passando de irmão em irmão. Agora foi passada para mim. Todos meus irmãos já foram engraxates antes de arrumar o primeiro emprego e agora chegou minha vez. Eu ia para a cidade e ficava no cruzamento das duas principais ruas, porque ali passava a maioria das pessoas a pé. Muitos que queriam engraxar os sapatos não acreditavam que eu seria capaz de engraxar os sapatos deles direito. Achavam que eu era muito novo. Alguns perguntavam pelo meu irmão que engraxava antes de mim, porque ele não...

VENDEDOR DE PICOLÉS - Peguei o carrinho com cinquenta picolés e fui para nosso bairro tentar vender lá. Parei em frente a nossa casa. Meus irmãos ficaram perguntando o que eu fazia ali. Eu dizia que estava vendendo picolé e se algum deles quisesse teria que pagar

31º CAPÍTULO - VENDEDOR DE PICOLÉS Engraxar sapatos não estava dando muito certo, pois na maioria dos dias eu não consegui engraxar nenhum sapato. Então, meu pai que era amigo do dono de uma sorveteria que tinha na cidade, na verdade a única que tem na cidade, e foi conversar com ele para eu vender picolé no carrinho pela cidade. Este amigo do meu pai faz picolés e muitos meninos saem com carrinho vendendo picolés para ele. Meu pai combinou tudo com ele e eu teria que somente pegar o carrinho com picolés e sair pelas ruas da cidade vendendo. Fiz conforme meu pai mandou, peguei o carrinho com cinquenta picolés e fui para nosso bairro tentar vender lá. Parei em frente a nossa casa. Meus irmãos ficaram perguntando o que eu fazia ali. Eu dizia que estava vendendo picolé e se algum deles quisesse teria que pagar. Eles riam muito de mim, me chamavam de maluco e diziam que eu tinha que ir na cidade, ali no bairro ninguém ia comprar. Então, com medo de meu pai chegar e me ver ali ...

AJUDANTE DE ALFAIATE - Eu só precisava fazer uma coisa, só uma, e nem isso fui capaz de fazer certo.... dizia meu pai

32º CAPÍTULO - AJUDANTE DE ALFAIATE Depois que vendendo picolés não me saí muito bem, meu tio, irmão de minha mãe arrumou um emprego para mim como ajudante de alfaiate. Na cidade tem uma galeria com várias lojas. O nome eh Galeria Orion. Uma destas lojas eh de um alfaiate. Ele presta serviço para a loja Bemoreira Ducal que fica na Avenida Primeiro de Junho. Os homens que iam se casar na cidade e cidades vizinhas comprava os ternos na Bemoreira e este alfaiate ajustava as calças, as camisas e os paletós para o tamanho dos noivos. Os homens que fosse casar no sábado e fossem comprar terno na Bemoreira iam lá na segunda feira na parte da manhã, para experimentar os ternos, pois o alfaiate ficava na Bemoreira na segunda feira o dia todo. Mas se durante a semana aparecesse algum outro noivo comprando o terno lá, eles mandavam chamar o alfaiate e ele ia até a Bemoreira, que fica só três quarteirões da Galeria Orion. Assim ele veria o que precisava ser feito no terno para ficar...

MEU TIO NONÔ DEPOIS QUE VEIO DA GUERRA - Tem um tio meu, irmão do meu pai, que eu e meus irmãos o chamamos de "Tio Nonô". Ele mora na casa de minha tia, aquela onde a gente vai ver televisão, mas não é o marido dela

33º CAPÍTULO - MEU TIO NONÔ DEPOIS QUE VEIO DA GUERRA Tem um tio meu, irmão do meu pai, que eu e meus irmãos o chamamos de "Tio Nonô". Ele mora na casa de minha tia, aquela onde a gente vai ver televisão, mas não é o marido dela, eh irmão dela também. Ele fica em um pequeno quartinho que tem na casa dessa nossa tia. Eh um quartinho nos fundos da casa, mas não eh separado da casa. Este meu tio foi na guerra, mas teve que voltar antes da guerra acabar porque ele ficou doente. Quando ele chegou de volta na casa da minha tia, ele não conseguia mais andar, movimentava os braços e o pescoço com dificuldades e ficava quase todo o tempo sentado ou na cama ou em uma cadeira que foi feita para ele. Meus pais disseram que ele tinha ficado entrevado. Meus irmãos mais velhos vão muito na casa de minha tia jogar baralho com meu Tio Nonô. Ele gosta muito de jogar baralho e de fumar. Fica o dia todo jogando baralho e se diverte muito com isso. Sempre tem alguém na casa da mi...

EU E MEU PAI NUM DIA PARA ESQUECER -

EU E MEU PAI NUM DIA PRA ESQUECER Lembram do que aconteceu quando eu misturei o arroz com o açúcar e feijão? Então, não aconteceu nada. Meu pai não me bateu não me xingou e disse para minha mãe que depois ele resolveria isto. Meu pai eh um homem muito severo. Mas eh de criação mesmo, meu avô era super severo com os filhos. Se meu avô chamasse um filho ou mesmo filha e este respondesse: __Espere ai que já vou. Ou qualquer outra palavra que não fosse "Sim Senhor", ele ia até o filho e lhe dava um murro na cabeça com toda a força possível. Isto meu pai contava pra a gente sempre quando a gente fazia algo que ele dizia não ser correto. Dizia que perto do meu avô ele era muito bonzinho, que a gente deveria agradecer por ele não ser como meu avô. Mas eu não via muita diferença do que ele contava do meu avô com o que ele fazia. Teve uma vez que fui dizer isto a ele, quando ele contava as histórias de meu avô, disse que ele era igual a meu avô. Ele me deu um tapa...