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O BOLINHA - Meu irmão mais velho, que gosta de zoar com as pessoas, me apelidou de "Bolinha", dizendo que eu sou o cachorrinho da família




8º CAPÍTULO - O BOLINHA
Minha tia, irmã de minha mãe eh nossa vizinha. Ela tem um cachorro que comprou para levar para o sítio que ela tem e fica fora da cidade. Este cachorro passou um tempo morando na casa dela e ele gostava de descansar e dormir em cima do pedal da máquina de costura de minha tia. O nome dele eh "Bolinha"
Como eu gosto de ficar debaixo da mesa, meu irmão mais velho, que gosta muito de zoar com as pessoas, logo me apelidou de "Bolinha", dizendo que eu sou o cachorrinho da família. E assim, ele e todos de minha casa só me chamam de Bolinha. Quase não ouço ninguém dizer meu nome, pois até os outros meninos da rua e amigos de meus irmãos só me conhecem por Bolinha. Sempre dizendo que eu sou o cachorrinho da família.
Ser o filho caçula de dezoito irmãos tira de você todos os privilégios e faz de você uma espécie de faz tudo. Assim, quando minha mãe pede para algum irmão meu fazer alguma coisa ou buscar algo, eles sempre dizem: "Pede pro Bolinha" ou "O Bolinha faz". "Manda o Bolinha".
"Pede, manda, faz, segura, vai, ajuda". Meus pais acabaram se acostumando a me mandar fazer tudo e meus irmãos também. Quando precisam de alguma coisa gritam logo meu nome: "Bolinha vai ali pra mim"!
Assim eu virei uma espécie de faz tudo. Vou à padaria que fica lá na cidade, para buscar o pão da tarde. Minha mãe sempre manda eu ir mais cedo porque diz ela que eu demoro uma eternidade só para ir na padaria. Quando eh para comprar carne eu vou porque não posso dizer não. Nenhum de meus irmãos gosta de ir comprar carne para para minha vó. Minha mãe escreve em um pedaço de papel o que ela quer comprar e eu só tenho que entregar ao vendedor, seja da padaria, seja do açougue, seja do verdureiro ou qualquer outro lugar que minha mãe me mande ir. Se ela não escrever no papel o que quer, quando eu chego onde vou comprar, já não lembro o que ela pediu. Quando meu pai me chama pra fazer alguma coisa, nem posso dizer "espera um pouco", como meus irmãos mais velhos fazem. Tenho que largar qualquer coisa que eu esteja fazendo e ir correndo. Se eu disser espere um pouco, apanho e muito. Só meus irmãos mais velhos podem pedir meu pai para esperar um pouco.

(O Último Filho) Baseado em fatos reais

O CAPÍTULO 09

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EU E OS PASSARINHOS DO MEU PAI - Pensei que os passarinhos queriam sair da gaiola para dar uma volta. Então, abri a porta de todas as gaiolas e pedi que eles voltassem antes que meu pai chegue para o almoço

A PROMESSA - Minha história começou quando a empresa onde meu pai trabalha construiu uma capela em honra a Nossa Senhora da Conceição. Isso mesmo, quando uma capela foi construída

AS GALINHAS DE DOMINGO - Todos os domingos minha mãe faz galinha para o almoço. Meu pai corta a galinha em vinte pedaços, um para cada filho. Eu sempre fico com o pé da galinha

A TRAVESSIA - Eu não sei nadar. Meu irmão me colocou em seus ombros para atravessar o rio. No meio do rio começamos a afundar. Meu irmão conseguiu se salvar, mas eu não

AS COMPRAS NO ARMAZÉM - A empresa onde meu pai trabalha tem um armazém. Eh lá que meus pais faz as compras do mês. A gente vai com um carrinho de madeira para trazer as compras

O CASTIGO DE ANIVERSÁRIO - Minha mãe me pôs de castigo, meu pai não falou nada e meu irmão não conversa comigo

VENDEDOR DE PICOLÉS - Peguei o carrinho com cinquenta picolés e fui para nosso bairro tentar vender lá. Parei em frente a nossa casa. Meus irmãos ficaram perguntando o que eu fazia ali. Eu dizia que estava vendendo picolé e se algum deles quisesse teria que pagar

A GALINHA, OS PINTINHOS, A JABUTICABEIRA E O FLAMBOYANT - Meu pai tem um galinheiro com um monte de galinhas e vários pintinhos. A jabuticabeira está do meu tamanho e o Flamboyant da altura do muro

O FILHO CAÇULA - Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e avôs. Obviamente recebem mais presentes e de mais pessoas. Mas não numa família de 18 irmãos

ENGRAXANDO SAPATOS - Eu ia para a cidade e ficava no cruzamento das duas principais ruas, porque ali passava a maioria das pessoas a pé. Muitos que queriam engraxar os sapatos não acreditavam que eu seria capaz de engraxar os sapatos deles direito