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A TRAVESSIA - Eu não sei nadar. Meu irmão me colocou em seus ombros para atravessar o rio. No meio do rio começamos a afundar. Meu irmão conseguiu se salvar, mas eu não




14º CAPÍTULO - A TRAVESSIA
Meu pai sempre gostou de pescar. Às vezes vai pescar no rio que contorna nosso bairro aqui no bairro mesmo, mas a maioria das vezes ele vai a lugares afastados daqui. Na maioria de se suas pescarias ele leva um filho ou dois. Como minha mãe não tinha encomendas de salgados para sábado, ele disse que sairia para pescar sábado de manhã e que eu iria com ele. Meu irmão mais velho também. Como a gente ia a pé, Saímos bem de manhã para um lugar que meu pai já tinha pescado lá outras vezes e que ele chama de 48. Este lugar fica, para meu pai e meu irmão, não muito longe de nossa casa, mas para mim, eh muito longe. O rio eh o mesmo que da contorno ao nosso bairro. Para se chegar ao 48 nós fomos por uma estradinha de terra que acompanha a linha do trem. Não tinha subida nem descida, mas mesmo assim eu ando muito lentamente e paro para ver tudo que eu acho legal. Com isso meu pai foi se distanciando, porque segundo ele eu estava atrasando a pescaria dele, e deixou meu irmão para vir comigo. O lugar que meu pai gosta de pescar fica do outro lado do rio, então a gente tinha que atravessar o rio. Meu pai eh um ótimo nadador e meu irmão também. Então meu pai indo na frente pediu para meu irmão me atravessar no rio. Quando chegamos onde tinha que atravessar o rio, meu irmão me colocou nos ombros dele para atravessar comigo nadando. Eu não sei nadar e então, com medo de cair na água, agarrei no pescoço do meu irmão que foi comigo nadando. O rio eh bem largo e no meio dele tem uma correnteza bem forte. Quando chegou nesta correnteza, meu irmão não deu conta de passar por ela e começou a afundar. Eu não soltava o pescoço de meu irmão e fomos afundando juntos. Meu irmão no desespero me arrancou de cima de seus ombros e me soltou no rio e foi se salvar. Por sorte minha, meu pai acreditando que meu irmão não daria conta de passar comigo nadando ali, voltou e chegou na hora que meu irmão me tirou de cima dele me jogando no rio. Meu irmão conseguiu sair nadando do outro lado, mas eu fui levado pelo rio. Meu pai, que vinha correndo, pulou no rio e só saiu de lá quando conseguiu me pegar. Ele me tirou do rio, mas eu já não respirava. Desesperado, meu pai fez massagens no meu peito e respiração boca a boca, conseguindo me reanimar, fazendo com que eu colocasse toda a água que engoli para fora. Ficamos sentados ali um tempo até que eu me sentisse melhor. Claro que meu pai não foi pescar. Me colocou em seus ombros, o que eu não queria de jeito nenhum por medo de afogar novamente, mas ele ameaçou me bater se eu não ficasse quieto e então atravessou comigo. Voltamos pra casa. Fui devagar como sempre costumo andar, mas meu pai não foi na frente desta vez, ele e meu irmão andaram tão devagar quanto eu. Eu não quero voltar ao 48, nunca mais. 

(O Último Filho) Baseado em fatos reais

O CAPÍTULO 15

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PÁGINAS MAIS VISTAS

EU E OS PASSARINHOS DO MEU PAI - Pensei que os passarinhos queriam sair da gaiola para dar uma volta. Então, abri a porta de todas as gaiolas e pedi que eles voltassem antes que meu pai chegue para o almoço

A PROMESSA - Minha história começou quando a empresa onde meu pai trabalha construiu uma capela em honra a Nossa Senhora da Conceição. Isso mesmo, quando uma capela foi construída

AS GALINHAS DE DOMINGO - Todos os domingos minha mãe faz galinha para o almoço. Meu pai corta a galinha em vinte pedaços, um para cada filho. Eu sempre fico com o pé da galinha

AS COMPRAS NO ARMAZÉM - A empresa onde meu pai trabalha tem um armazém. Eh lá que meus pais faz as compras do mês. A gente vai com um carrinho de madeira para trazer as compras

O CASTIGO DE ANIVERSÁRIO - Minha mãe me pôs de castigo, meu pai não falou nada e meu irmão não conversa comigo

VENDEDOR DE PICOLÉS - Peguei o carrinho com cinquenta picolés e fui para nosso bairro tentar vender lá. Parei em frente a nossa casa. Meus irmãos ficaram perguntando o que eu fazia ali. Eu dizia que estava vendendo picolé e se algum deles quisesse teria que pagar

A GALINHA, OS PINTINHOS, A JABUTICABEIRA E O FLAMBOYANT - Meu pai tem um galinheiro com um monte de galinhas e vários pintinhos. A jabuticabeira está do meu tamanho e o Flamboyant da altura do muro

O FILHO CAÇULA - Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e avôs. Obviamente recebem mais presentes e de mais pessoas. Mas não numa família de 18 irmãos

ENGRAXANDO SAPATOS - Eu ia para a cidade e ficava no cruzamento das duas principais ruas, porque ali passava a maioria das pessoas a pé. Muitos que queriam engraxar os sapatos não acreditavam que eu seria capaz de engraxar os sapatos deles direito