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Mostrando postagens de novembro, 2017

BRINCANDO COM O ARROZ, O AÇÚCAR E O FEIJÃO - Misturei o arroz com o açúcar e o feijão e quando minha mãe viu começou a chorar.

27º CAPÍTULO - BRINCANDO COM O ARROZ, AÇÚCAR E O FEIJÃO Naquele balcão onde minha mãe guarda os sessenta quilos de arroz, os sessenta quilos de açúcar e os trinta quilos de feijão fica na copa, onde tem a mesa onde eu durmo em baixo. Muitas vezes meus irmãos e eu também, abrimos a tampa deste balcão, que eh uma tampa só para os três compartimentos, para pegar açúcar para comer. Claro, sem que minha mãe veja, pois ela não gosta que a gente mecha lá. Mas sempre que queremos comer alguma coisa doce, nós comemos açúcar. Quando o pé de tomate que tem plantado na horta aqui de casa tem tomates maduros, a gente apanha o tomate, parte ele no meio, come as sementes e depois enchemos de açúcar as duas bandas do tomate que partimos e comemos. Eh muito gostoso e fazemos isso sempre que tem tomates maduro nos pés daqui de casa. Eh melhor que doce. Estava deitado em minha cama debaixo da mesa e sem nada para fazer, olhando aquele balcão, quando resolvi ir comer açúcar. Abri a tampa do b

AS GOIABEIRAS DA CASA DO MEU TIO - Eu não posso subir no pé de goiaba, porque estou sempre caindo de árvore, mas desta vez eu fui com cuidado para pegar uma goiaba grande, mas desequilibrei e caí

28º CAPÍTULO - AS GOIABEIRAS DA CASA DO MEU TIO Meu pai tem um irmão que mora em outro bairro não muito longe do nosso. Na casa deste nosso tio tem um terreiro muito grande. Neste terreiro da casa dele tem três pés de goiaba. Estes pés já são bem velhos e são muito altos. Sempre quando eh época de goiaba, meu pai deixa a gente ir nesta casa do meu tio pedir para apanhar goiabas. Nem sempre ele deixa. As vezes quando chegamos na casa dele, geralmente eu e mais uns quatro ou cinco irmãos meu e pedimos para apanhar goiaba, ele diz não. Sempre vamos lá pedir para apanhar goiabas no domingo. Quando ele deixa a gente apanhar goiabas e nós entramos para o terreiro dele, vemos os pés de goiabas carregados de goiabas maduras. O chão sempre cheio de goiabas que caíram. Eh muita goiaba mesmo nos três pés. Meus irmãos sobem com as sacolas para colocar goiabas para levar para nossos pais e meus outros irmãos que não vieram. Mas meus irmãos vão enchendo as sacolas e comendo goiaba ao me

AS MATINÊS DE DOMINGO A TARDE - Tem um dia do ano que meus pais obrigam todos nós ir assistir um filme na matinê de domingo no Cine Arte. O filme eh o mesmo todos os anos

29º CAPÍTULO - AS MATINÊS DE DOMINGO A TARDE Aqui no nosso bairro não tem cinema, mas na cidade tem três cinemas. Tem o Cine Popular, que minha mãe diz que criança não pode ir porque só passa filme indecente. Tem o Cine Divinópolis, que também não podemos ir porque eh para pessoas ricas. E tem o cine Arte Ideal, este, segundo minha mãe, eh para o povão. O Cine Arte eh muito legal, tem lugar para mais de duzentas pessoas e tem nos fundos dele e no segundo andar, um "Poleiro". Este Poleiro eh na verdade um camarote, mas que eh conhecido por todos aqui como Poleiro mesmo. Qualquer pessoa pode ver o filme dali. Este poleiro tem lugar para umas cinquenta pessoas. Se a gente quiser ficar no poleiro a gente tem que ir bem cedo para o cinema, porque lá eh o primeiro lugar que fica cheio de gente Minha mãe não gosta que a gente fique no poleiro, por isso eu sempre fico na parte de baixo, mas alguns dos meus irmãos vão para este poleiro. Eu não posso ir ao cinema a

ENGRAXANDO SAPATOS - Eu ia para a cidade e ficava no cruzamento das duas principais ruas, porque ali passava a maioria das pessoas a pé. Muitos que queriam engraxar os sapatos não acreditavam que eu seria capaz de engraxar os sapatos deles direito

30º CAPÍTULO - ENGRAXANDO SAPATOS Meu pai procura sempre arrumar um emprego para meus irmãos assim que ele entende que já podem trabalhar. Mas nem sempre ele consegue, outras vezes ficam no trabalho por pouco tempo, talvez porque são novos ainda. Eu comecei a engraxar sapatos quando era bem novo ainda. A caixa de engraxar sapatos era do meu irmão mais velho, foi feita na empresa onde meu pai trabalha. Quando meu irmão arrumou outro serviço, passou a caixa para o irmão mais novo. E foi assim passando de irmão em irmão. Agora foi passada para mim. Todos meus irmãos já foram engraxates antes de arrumar o primeiro emprego e agora chegou minha vez. Eu ia para a cidade e ficava no cruzamento das duas principais ruas, porque ali passava a maioria das pessoas a pé. Muitos que queriam engraxar os sapatos não acreditavam que eu seria capaz de engraxar os sapatos deles direito. Achavam que eu era muito novo. Alguns perguntavam pelo meu irmão que engraxava antes de mim, porque ele não

VENDEDOR DE PICOLÉS - Peguei o carrinho com cinquenta picolés e fui para nosso bairro tentar vender lá. Parei em frente a nossa casa. Meus irmãos ficaram perguntando o que eu fazia ali. Eu dizia que estava vendendo picolé e se algum deles quisesse teria que pagar

31º CAPÍTULO - VENDEDOR DE PICOLÉS Engraxar sapatos não estava dando muito certo, pois na maioria dos dias eu não consegui engraxar nenhum sapato. Então, meu pai que era amigo do dono de uma sorveteria que tinha na cidade, na verdade a única que tem na cidade, e foi conversar com ele para eu vender picolé no carrinho pela cidade. Este amigo do meu pai faz picolés e muitos meninos saem com carrinho vendendo picolés para ele. Meu pai combinou tudo com ele e eu teria que somente pegar o carrinho com picolés e sair pelas ruas da cidade vendendo. Fiz conforme meu pai mandou, peguei o carrinho com cinquenta picolés e fui para nosso bairro tentar vender lá. Parei em frente a nossa casa. Meus irmãos ficaram perguntando o que eu fazia ali. Eu dizia que estava vendendo picolé e se algum deles quisesse teria que pagar. Eles riam muito de mim, me chamavam de maluco e diziam que eu tinha que ir na cidade, ali no bairro ninguém ia comprar. Então, com medo de meu pai chegar e me ver ali

AJUDANTE DE ALFAIATE - Eu só precisava fazer uma coisa, só uma, e nem isso fui capaz de fazer certo.... dizia meu pai

32º CAPÍTULO - AJUDANTE DE ALFAIATE Depois que vendendo picolés não me saí muito bem, meu tio, irmão de minha mãe arrumou um emprego para mim como ajudante de alfaiate. Na cidade tem uma galeria com várias lojas. O nome eh Galeria Orion. Uma destas lojas eh de um alfaiate. Ele presta serviço para a loja Bemoreira Ducal que fica na Avenida Primeiro de Junho. Os homens que iam se casar na cidade e cidades vizinhas comprava os ternos na Bemoreira e este alfaiate ajustava as calças, as camisas e os paletós para o tamanho dos noivos. Os homens que fosse casar no sábado e fossem comprar terno na Bemoreira iam lá na segunda feira na parte da manhã, para experimentar os ternos, pois o alfaiate ficava na Bemoreira na segunda feira o dia todo. Mas se durante a semana aparecesse algum outro noivo comprando o terno lá, eles mandavam chamar o alfaiate e ele ia até a Bemoreira, que fica só três quarteirões da Galeria Orion. Assim ele veria o que precisava ser feito no terno para ficar

MEU TIO NONÔ DEPOIS QUE VEIO DA GUERRA - Tem um tio meu, irmão do meu pai, que eu e meus irmãos o chamamos de "Tio Nonô". Ele mora na casa de minha tia, aquela onde a gente vai ver televisão, mas não é o marido dela

33º CAPÍTULO - MEU TIO NONÔ DEPOIS QUE VEIO DA GUERRA Tem um tio meu, irmão do meu pai, que eu e meus irmãos o chamamos de "Tio Nonô". Ele mora na casa de minha tia, aquela onde a gente vai ver televisão, mas não é o marido dela, eh irmão dela também. Ele fica em um pequeno quartinho que tem na casa dessa nossa tia. Eh um quartinho nos fundos da casa, mas não eh separado da casa. Este meu tio foi na guerra, mas teve que voltar antes da guerra acabar porque ele ficou doente. Quando ele chegou de volta na casa da minha tia, ele não conseguia mais andar, movimentava os braços e o pescoço com dificuldades e ficava quase todo o tempo sentado ou na cama ou em uma cadeira que foi feita para ele. Meus pais disseram que ele tinha ficado entrevado. Meus irmãos mais velhos vão muito na casa de minha tia jogar baralho com meu Tio Nonô. Ele gosta muito de jogar baralho e de fumar. Fica o dia todo jogando baralho e se diverte muito com isso. Sempre tem alguém na casa da mi

EU E MEU PAI NUM DIA PARA ESQUECER -

EU E MEU PAI NUM DIA PRA ESQUECER Lembram do que aconteceu quando eu misturei o arroz com o açúcar e feijão? Então, não aconteceu nada. Meu pai não me bateu não me xingou e disse para minha mãe que depois ele resolveria isto. Meu pai eh um homem muito severo. Mas eh de criação mesmo, meu avô era super severo com os filhos. Se meu avô chamasse um filho ou mesmo filha e este respondesse: __Espere ai que já vou. Ou qualquer outra palavra que não fosse "Sim Senhor", ele ia até o filho e lhe dava um murro na cabeça com toda a força possível. Isto meu pai contava pra a gente sempre quando a gente fazia algo que ele dizia não ser correto. Dizia que perto do meu avô ele era muito bonzinho, que a gente deveria agradecer por ele não ser como meu avô. Mas eu não via muita diferença do que ele contava do meu avô com o que ele fazia. Teve uma vez que fui dizer isto a ele, quando ele contava as histórias de meu avô, disse que ele era igual a meu avô. Ele me deu um tapa

EU, MEU IRMÃO E MINHA BICICLETA PEUGEOT - Minha primeira bicicleta, minha mesmo, foi uma Peugeot francesa, de freio contra-pedal. Esta eu comprei com o salário de meu primeiro trabalho, sem que necessitasse da ajudada financeira do meu pai. Era estranho procurar os freios nas mãos e só obtê-los tocando o pedal para trás. Freios assim eram comuns em bicicletas de carga. Aquelas usadas nos armazéns, para fazer as entregas dos clientes

EU, MEU IRMÃO E MINHA BICICLETA PEUGEOT Minha primeira bicicleta, minha mesmo, foi uma Peugeot francesa de freio contra-pedal. Esta eu comprei com o salário de meu primeiro trabalho, sem que necessitasse da ajudada financeira do meu pai. Era estranho procurar os freios nas mãos e só obtê-los tocando o pedal para trás. Freios assim eram comuns em bicicletas de carga. Aquelas usadas nos armazéns, para fazer as entregas dos clientes. Além do freio contra-pedal, esta minha bicicleta Peugeot era muito alta em relação as bicicletas com às quais estava acostumado. Resultado. Acabei sofrendo alguns tombos, ao procurar os freios no guidom e quando me lembrava que era no pedal era tarde demais. Em minhas muitas quedas na minha Peugeot, quebrei os braços algumas vezes, clavícula, pulso, pé, ombro, dedos e uma vez a perna. Claro que não foi tudo de uma vez. Minha história com a Peugeot foi marcada por muitos ferimentos e ossos quebrados, mas não foi devido a isto que

FUGINDO DA VACA COM BEZERRO - Para tentar encontrar os passarinhos, a gente passava pela cerca das fazendas, geralmente feita de arame farpado, e caminhava pelo pasto que geralmente era de cor amarela e grama bem baixa, até o local onde havia as árvores. Passarinhos a gente via voando por todo lado, mas pousado ou no ninho, somente nas árvores que geralmente ficavam distante das cercas.

FUGINDO DA VACA COM BEZERRO Andar por estradas de fazendas era uma aventura, visto que fazíamos isto para procurar passarinhos, ou outro animal que fosse interessante, para fotografá-los. Geralmente eu ia com um ou dois irmão meu e alguns amigos da rua onde morávamos. Tínhamos que ser rápidos, porque geralmente os passarinhos não ficavam esperando a gente tirar as fotos. O resultado era quase sempre o mesmo. Poucas fotos de passarinhos e muitas fotos de nós mesmo. Para tentar encontrar os passarinhos, a gente passava pela cerca das fazendas, geralmente feita de arame farpado, e caminhava pelo pasto que geralmente era de cor amarela e grama bem baixa, até o local onde havia as árvores.  Passarinhos a gente via voando por todo lado, mas pousado ou no ninho, somente nas árvores que geralmente ficavam distante das cercas. Em uma destas aventuras, quando éramos cinco pessoas, eu, dois irmãos meus e dois amigos nosso, fomos a uma fazenda bem próxima a cidade. Camin