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A ESCOLA LONGE DE CASA - Não sei porque, mas minha mãe me matriculou em uma escola que ficava na cidade e eu tinha que ir a pé. Um de meus irmãos mais velho me levava até que eu aprendesse o caminho




10º CAPÍTULO - A ESCOLA LONGE DE CASA
A empresa que meu pai trabalha construiu uma escola e uma farmácia no nosso bairro, uma do lado da outra. Foram construídos na terceira travessa, na mesma época que construiu as casas, a igreja e o campo de futebol. Eh para os funcionários e suas famílias. Todos os meus irmãos estudam ou estudaram nessa escola. Não sei por que, mas minha mãe me matriculou em uma escola que fica na cidade, e tenho que ir a pé. Um de meus irmãos mais velho era quem me levava na escola até que eu aprendesse o caminho. A escola eh longe, eu andava bem devagar e o irmão meu que estivesse me levando ficava reclamando: que eu não sabia andar direito, que eu parava para olhar tudo e que ia chegar na escola depois que a aula tivesse acabado. Nenhum deles gostava de me levar na escola, diziam que perdiam tempo demais comigo. Depois de um tempo passei a ir sozinho. No primeiro dia em que fui sozinho para a escola, cheguei atrasado e muito. Minha professora mandou um bilhete para minha mãe. No outro dia tive que sair meia hora mais cedo para ir para a escola. Desde então não chego mais atrasado na escola.
Tenho uma mochila com os materiais, mas eu nunca levo a mochila nas costas. Sempre vou segurando ela pela alça. Acaba que carregando pela alça, vou ficando com o braço doendo de impedir que ela pegue no chão. Antes de chegar na escola eu já estou arrastando a mochila. Na volta pra casa eh a mesma coisa. Todos os dias quando minha me vê arrastando a mochila ou vê os estragos que vão acontecendo nela devido ser arrastada, vem logo dando bronca. Minha mãe fica falando um tempão que não vai comprar outra, que eu vou levar os objetos na mão ou numa sacola, que meu pai vai me bater e me manda sumir da frente dela. Só quando ela não me vê mais, que ela para de falar. De minha mãe ficar xingando eu não tenho medo. Mas do meu pai eu tenho medo, porque ele não fica xingando como minha mãe, ele pega a gente e bate. E quando bate, ele bate muito. E minha mãe sempre conta para o meu pai sobre a mochila, que eu a estava arrastando novamente e que não ia demorar em furar. Meu pai só ouve e diz para ela me bater. Mas minha mãe não era de bater muito na gente. 

(O Último Filho) Baseado em fatos reais

O CAPÍTULO 11

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PÁGINAS MAIS VISTAS

EU E OS PASSARINHOS DO MEU PAI - Pensei que os passarinhos queriam sair da gaiola para dar uma volta. Então, abri a porta de todas as gaiolas e pedi que eles voltassem antes que meu pai chegue para o almoço

A PROMESSA - Minha história começou quando a empresa onde meu pai trabalha construiu uma capela em honra a Nossa Senhora da Conceição. Isso mesmo, quando uma capela foi construída

AS GALINHAS DE DOMINGO - Todos os domingos minha mãe faz galinha para o almoço. Meu pai corta a galinha em vinte pedaços, um para cada filho. Eu sempre fico com o pé da galinha

A TRAVESSIA - Eu não sei nadar. Meu irmão me colocou em seus ombros para atravessar o rio. No meio do rio começamos a afundar. Meu irmão conseguiu se salvar, mas eu não

AS COMPRAS NO ARMAZÉM - A empresa onde meu pai trabalha tem um armazém. Eh lá que meus pais faz as compras do mês. A gente vai com um carrinho de madeira para trazer as compras

O CASTIGO DE ANIVERSÁRIO - Minha mãe me pôs de castigo, meu pai não falou nada e meu irmão não conversa comigo

VENDEDOR DE PICOLÉS - Peguei o carrinho com cinquenta picolés e fui para nosso bairro tentar vender lá. Parei em frente a nossa casa. Meus irmãos ficaram perguntando o que eu fazia ali. Eu dizia que estava vendendo picolé e se algum deles quisesse teria que pagar

A GALINHA, OS PINTINHOS, A JABUTICABEIRA E O FLAMBOYANT - Meu pai tem um galinheiro com um monte de galinhas e vários pintinhos. A jabuticabeira está do meu tamanho e o Flamboyant da altura do muro

O FILHO CAÇULA - Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e avôs. Obviamente recebem mais presentes e de mais pessoas. Mas não numa família de 18 irmãos

ENGRAXANDO SAPATOS - Eu ia para a cidade e ficava no cruzamento das duas principais ruas, porque ali passava a maioria das pessoas a pé. Muitos que queriam engraxar os sapatos não acreditavam que eu seria capaz de engraxar os sapatos deles direito