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Mostrando postagens com o rótulo Novela da vida real

A PROMESSA - Minha história começou quando a empresa onde meu pai trabalha construiu uma capela em honra a Nossa Senhora da Conceição. Isso mesmo, quando uma capela foi construída

1º CAPÍTULO - A PROMESSA As histórias das pessoas geralmente começam quando elas nascem. Para algumas pessoas suas histórias começam de verdade quando dão seus primeiros passos sozinhos. Alguns, admitem que suas histórias só começaram quando se formaram na faculdade, ou foram morar sozinhos, ou se casaram, ou ainda iniciaram um grande negócio, mas o fato eh que todos começam suas histórias quando adquirem vida no ventre da mãe. Mas não eu.  Minha história começou quando a empresa onde meu pai trabalha construiu uma Capela em honra a Nossa Senhora da Conceição. Isso mesmo, quando uma capela foi construída. Meus pais se casaram nesta capela e ali fizeram a promessa de ter tantos filhos quantos Deus e Nossa Senhora permitisse. Assim, um ano e quatro meses depois do casamento de meus pais nasceu minha irmã mais velha. Ela era a mais querida, mais paparicada, mais amada. Mas isso durou pouco. Um ano e quatro meses depois nasceu meu irmão mais velho e, minha irmã, perdeu...

O FILHO CAÇULA - Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e avôs. Obviamente recebem mais presentes e de mais pessoas. Mas não numa família de 18 irmãos

2º CAPÍTULO - O FILHO CAÇULA  Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e dos avôs. São mais paparicados e até podem fazer algumas travessuras que os filhos mais velhos não podiam. Talvez porque os pais já sabem muito bem  a tarefa de criar um filho e acabam por serem mais relaxados. No que se refere a presentes no aniversário, dia das crianças ou natal, obviamente o filho caçula eh o que ganha mais presentes e de mais pessoas.  Bem, isso numa família de três, quatro ou até cinco filhos. Mas em minha família de dezoito filhos, eu não sou visto como filho caçula, mas sim, como mais um filho daquela casa cheia de gente. "Casa cheia de gente" eh assim que a vizinhança e parentes nos conhecem. Assim, as vantagens de ser o filho caçula naquela casa cheia de gente duraram muito pouco, ou, nem as tive. Em nossa casa, por ordem de meus pais, os irmãos mais velhos tem que tomar conta dos mais novos e os mais novos tem que tom...

O NOSSO BAIRRO - O rio contorna nosso bairro quase fazendo um círculo. O único pedaço que falta, passa as linhas do trem, fazendo do nosso bairro uma quase ilha

3º CAPÍTULO - O NOSSO BAIRRO O bairro que a gente mora eh todo plano. Na verdade a empresa onde meu pai trabalha aterrou todo ele, porque era muito irregular e com grandes crateras por estar na beira do rio. Este nosso bairro foi construído pela empresa onde meu pai trabalha. Não só o bairro, mas todas as casas dele. Este nosso bairro fica um pouco afastado da cidade, e para se chegar até ele tem que atravessar as linhas do trem. Este bairro tem três ruas bem largas e compridas, e são de terra batida. São as Ruas: "R", "M" e "V". Estes nomes representam o nome da empresa onde meu pai trabalha (Rede Mineira de Viação). E quatro travessas mais estreitas que as interligam em quatro pontos, que também são de terra batida. Nosso bairro tem o nome de "Vila Operária". Única casa que fica em uma dessas travessas, na última travessa na verdade, e de fundos para o rio, eh a casa do engenheiro chefe da empresa onde meu pai trabalha. Eh um casar...

A NOSSA CASA - Nossa casa fica na Rua UM, aquela rua onde passa a linha do trem. Por isso chamamos nossa rua de "O Canto da Linha"

4º CAPÍTULO - A NOSSA CASA Nossa casa fica na Rua "R", aquela rua onde passa a linha do trem. Por isso chamamos nossa rua de "O canto da linha". Todas as casas das três ruas são iguais. Todas as casas têm três quartos, sala, copa, cozinha, banheiro no fundo do terreiro da casa e uma coberta na saída da porta da cozinha para o terreiro. Nesta coberta fica o fogão a lenha, igual em todas as casas. Somente nossa casa tem um alpendre na frente da porta de entrada na sala. E somente nossa casa o banheiro fica dentro de casa e não no fundo do terreiro, como as outras casas. Ela tem este alpendre e o banheiro dentro de casa, porque foi construída para um dos engenheiros da empresa onde meu pai trabalha, mas ele não gostou da casa, então passaram a casa para meu pai morar, porque era o funcionário que tinha mais filhos. Todas as casas têm um quintal no fundo que a gente chama de terreiro e um jardim na frente. Nossa casa era como todas as outras. Era, porque ...

COMPRAR CARNE E TER QUE DEVOLVER - Quando chego no açougue, eu digo todo sem graça para o açougueiro que minha mãe tinha mandado devolver a carne. Ele não gostava, pegava a carne e dizia que ia arrumar outra, mas eu dizia "Ela quer o dinheiro de volta"

9º CAPÍTULO- COMPRAR CARNE E TER QUE DEVOLVER Comprar carne ou verduras para minha mãe ou para minha avó nenhum dos meus irmãos quer. Eles já fizeram isso quando eram menores, mas agora sobra só pra mim. Não seria nada demais ir comprar se não fosse a exigência de minha avó quando pede para comprar carne. Minha avó quando não esta podendo ir à cidade para comprar carne, pede minha mãe para me mandar no açougue. Minha avó sempre diz "se vier carne ruim eu devolvo. Avisa para o açougueiro" E este era o problema. Quando eu chego e entrego a carne para minha avó, ela olha e diz "Vai devolver, não quero essa porcaria" e continua falando: "Cadê a carne? Só tem sebo aqui. Volta e fala para o açougueiro que quero o dinheiro de volta e que eu não como porcaria". A maioria das carnes que eu compro para minha avó, eu devolvo. O pior eh ir ao açougue devolver. Eu vou todo sem jeito já que meus irmãos dizem que não vão de jeito nenhum. E eles já tinham pas...

A ESCOLA LONGE DE CASA - Não sei porque, mas minha mãe me matriculou em uma escola que ficava na cidade e eu tinha que ir a pé. Um de meus irmãos mais velho me levava até que eu aprendesse o caminho

10º CAPÍTULO - A ESCOLA LONGE DE CASA A empresa que meu pai trabalha construiu uma escola e uma farmácia no nosso bairro, uma do lado da outra. Foram construídos na terceira travessa, na mesma época que construiu as casas, a igreja e o campo de futebol. Eh para os funcionários e suas famílias. Todos os meus irmãos estudam ou estudaram nessa escola. Não sei por que, mas minha mãe me matriculou em uma escola que fica na cidade, e tenho que ir a pé. Um de meus irmãos mais velho era quem me levava na escola até que eu aprendesse o caminho. A escola eh longe, eu andava bem devagar e o irmão meu que estivesse me levando ficava reclamando: que eu não sabia andar direito, que eu parava para olhar tudo e que ia chegar na escola depois que a aula tivesse acabado. Nenhum deles gostava de me levar na escola, diziam que perdiam tempo demais comigo. Depois de um tempo passei a ir sozinho. No primeiro dia em que fui sozinho para a escola, cheguei atrasado e muito. Minha professora mand...

AS COMPRAS NO ARMAZÉM - A empresa onde meu pai trabalha tem um armazém. Eh lá que meus pais faz as compras do mês. A gente vai com um carrinho de madeira para trazer as compras

11º CAPÍTULO - AS COMPRAS NO ARMAZÉM A empresa onde meu pai trabalha tem um armazém. Este armazém foi construído também na mesma época em que a empresa construiu as casas, a escola, a farmácia e o campo. Este armazém vende muitas coisas e só para os funcionários da empresa. Eh neste armazém que meus pais fazem as compras todos os meses. O que eles compram ali, a empresa desconta depois do salário do meu pai. Na nossa casa tem um balcão de madeira que a marcenaria da empresa onde meu pai trabalha fez para ele. Este balcão tem três divisões. Duas iguais e a outra eh a metade do tamanho de uma destas divisões. Eh neste balcão que meu pai coloca o arroz, o açúcar e o feijão que ele compra no armazém. Lá cabe certinho o que ele compra. Ele compra um saco de arroz de sessenta quilos, um saco de açúcar de sessenta quilos e trinta quilos de feijão. As outras coisas que ele compra, minha mãe coloca no armário de madeira feito também na marcenaria da empresa onde ele trabalha. A emp...

AS PEDRAS DE GELO - Peguei a vasilha e fui buscar o gelo. O meninos que estavam jogando bola vieram em minha direção e levaram todo o gelo. Minha mãe não acreditou em mim

17º CAPÍTULO - AS PEDRAS DE GELO Em nossa casa não tem geladeira. Nunca tivemos uma. Minha ideia de geladeira eh que ela serve pra fazer gelo. Minha tia e nossa vizinha têm geladeira. Minha mãe às vezes pede meu irmão para levar alguma coisa na casa de nossa tia para ela guardar na geladeira pra ela. Eu nunca vi o que era e nem por qual motivo ela mandava colocar na geladeira. Devia ser para virar gelo. Minha mãe compra leite todos os dias e ferve ele no nosso fogão a lenha. Às vezes o leite sobe e derrama. Minha mãe fica xingando porque ninguém viu o leite derramar. Ela disse que faz isso para o leite não azedar. Ela fala que se tivesse geladeira não precisava ferver o leite. Aqui em casa, geralmente no domingo, minha mãe faz um suco para que a gente possa beber durante o almoço. Eu não gosto de suco e então não bebo nada na hora do almoço. Minha mãe sempre pede para um irmão meu ir na nossa tia e vizinha pedir gelo para colocar nesse suco. Neste domingo minha tia diss...

PULANDO DE CIMA DO MURO - Quebrei o pé, a perna e o braço. Meus irmãos falam toda hora que passam pela mesa onde eu durmo debaixo dela e me vêm lá: E ai, vai tentar voar de novo?

19º CAPÍTULO - PULANDO DE CIMA DO MURO Meu pai está arrumando o muro do terreiro aqui de casa. O caminhão da empresa onde ele trabalha trouxe areia para ele e despejou ao lado do portão de nossa casa. Ficou um monte alto de areia, quase da altura do muro. Meu pai foi levando a areia a medida que ia precisando. Eu estava debaixo da mesa junto com meu irmão, fazendo meu dever. Assim que terminamos meu irmão já saiu correndo para ir na rua. Fiquei guardando meu material em minha mochila que já esta um pouco rasgada no fundo por eu arrastá-la ao carregá-la para a escola. Depois que guardei meu material fui lá para fora também. Vi aquela areia, que só tinha um pequeno monte, pois meu pai já tinha levado a maior parte pra dentro de casa. Fiquei andando em cima de areia e achei legal o pé da gente afundar nela. Então achei que seria legal se eu pulasse de cima do muro no monte de areia. Meu pai estava dentro de casa arrumando o muro. Minha mãe também estava dentro de casa. A...

EU E MEU PAI NUM DIA PARA ESQUECER -

EU E MEU PAI NUM DIA PRA ESQUECER Lembram do que aconteceu quando eu misturei o arroz com o açúcar e feijão? Então, não aconteceu nada. Meu pai não me bateu não me xingou e disse para minha mãe que depois ele resolveria isto. Meu pai eh um homem muito severo. Mas eh de criação mesmo, meu avô era super severo com os filhos. Se meu avô chamasse um filho ou mesmo filha e este respondesse: __Espere ai que já vou. Ou qualquer outra palavra que não fosse "Sim Senhor", ele ia até o filho e lhe dava um murro na cabeça com toda a força possível. Isto meu pai contava pra a gente sempre quando a gente fazia algo que ele dizia não ser correto. Dizia que perto do meu avô ele era muito bonzinho, que a gente deveria agradecer por ele não ser como meu avô. Mas eu não via muita diferença do que ele contava do meu avô com o que ele fazia. Teve uma vez que fui dizer isto a ele, quando ele contava as histórias de meu avô, disse que ele era igual a meu avô. Ele me deu um tapa...

FUGINDO DA VACA COM BEZERRO - Para tentar encontrar os passarinhos, a gente passava pela cerca das fazendas, geralmente feita de arame farpado, e caminhava pelo pasto que geralmente era de cor amarela e grama bem baixa, até o local onde havia as árvores. Passarinhos a gente via voando por todo lado, mas pousado ou no ninho, somente nas árvores que geralmente ficavam distante das cercas.

FUGINDO DA VACA COM BEZERRO Andar por estradas de fazendas era uma aventura, visto que fazíamos isto para procurar passarinhos, ou outro animal que fosse interessante, para fotografá-los. Geralmente eu ia com um ou dois irmão meu e alguns amigos da rua onde morávamos. Tínhamos que ser rápidos, porque geralmente os passarinhos não ficavam esperando a gente tirar as fotos. O resultado era quase sempre o mesmo. Poucas fotos de passarinhos e muitas fotos de nós mesmo. Para tentar encontrar os passarinhos, a gente passava pela cerca das fazendas, geralmente feita de arame farpado, e caminhava pelo pasto que geralmente era de cor amarela e grama bem baixa, até o local onde havia as árvores.  Passarinhos a gente via voando por todo lado, mas pousado ou no ninho, somente nas árvores que geralmente ficavam distante das cercas. Em uma destas aventuras, quando éramos cinco pessoas, eu, dois irmãos meus e dois amigos nosso, fomos a uma fazenda bem próxima a cidade. C...