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UMA CASA PARA VINTE PESSOAS - Parece difícil vinte pessoas morando na mesma casa, mas como os filhos vêm um a um, tornar isso possível fica até fácil




6º CAPÍTULO - UMA CASA PARA VINTE PESSOAS
Parece difícil vinte pessoas morando numa mesma casa, mas como os filhos vêm um a um, tornar isso possível fica até fácil. Meus pais tinham o quarto deles. O outro quarto grande tinha quatro camas onde dormiam os meus quatro irmãos mais velhos. Nos outros três quartos que eram menores tinha duas camas cada um. E em cada cama dormia dois irmãos meus. Um na cabeceira e outro nos pés. Meu quinto irmão mais velho dormia numa cama de abrir, que era uma cama de mola que dobrava no meio. Na hora de dormir, ele abria essa cama em um dos quartos entre as duas camas e dormia lá. Eu dormia no berço que ficava no quarto dos meus pais. Dormia, porque quando fiz um ano minha mãe passou este berço para a sala. Assim eu dormia no berço na sala. As noites geralmente eram tranquilas.
Meu pai trabalha na empresa que ficam em frente a nossa casa, depois da linha do trem que passa do outro lado. Os galpões desta empresa são tão compridos quanto a rua. Para meu pai ir trabalhar eh só atravessar a rua. Meu pai sai para almoçar as onze horas e termina o serviço as quatro e meia da tarde.
Durante o dia, mais precisamente na hora do almoço e a tarde, o movimento em casa eh grande. Na hora do almoço todos estão juntos para almoçar. A mesa só senta meus pais os dez irmãos mais velhos meu. As preferências aqui em casa eh sempre por idade. Mais velhos primeiro. Os outros sete irmãos meus almoçam sentados no chão ou na coberta ou ainda no terreiro, assim como eu. Minha mãe sempre faz os pratos de todos nós. Do meu pai ao meu prato. Ela que sabe dividir certinho para que não falte nada para nenhum de nós. Quando ela faz meu prato, meu pai já terminou de almoçar. Na hora de tomar banho, ninguém pode ir à hora que meu pai vem do serviço. A preferência eh sempre dele. Meus irmãos mais velhos, ou tomam banho antes ou depois que meu pai chega. Mas minha mãe evita que eles deixem para tomar banho depois do meu pai, porque assim o banheiro ficaria ocupado até a hora de dormir. Já nós mais novos, tomamos banho eh de bacia. Aqui em casa tem uma bacia de alumínio muito grande. Minha mãe esquenta a água no fogão a lenha, coloca nesta bacia misturando com água fria e manda a gente tomar banho. Todos tomam banho na mesma água. Minha mãe não troca de água. Eu sou o último a tomar banho naquela água que já esta até amarela devido a gente brincar muito na rua que eh de terra. E depois do banho tomado e por ordem de minha mãe, "nada de se sujar", diz ela. Mas isso era quase impossível para uma criança fazer.


(O Último Filho) Baseado em fatos reais

O CAPÍTULO 07

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PÁGINAS MAIS VISTAS

EU E OS PASSARINHOS DO MEU PAI - Pensei que os passarinhos queriam sair da gaiola para dar uma volta. Então, abri a porta de todas as gaiolas e pedi que eles voltassem antes que meu pai chegue para o almoço

A PROMESSA - Minha história começou quando a empresa onde meu pai trabalha construiu uma capela em honra a Nossa Senhora da Conceição. Isso mesmo, quando uma capela foi construída

AS GALINHAS DE DOMINGO - Todos os domingos minha mãe faz galinha para o almoço. Meu pai corta a galinha em vinte pedaços, um para cada filho. Eu sempre fico com o pé da galinha

A TRAVESSIA - Eu não sei nadar. Meu irmão me colocou em seus ombros para atravessar o rio. No meio do rio começamos a afundar. Meu irmão conseguiu se salvar, mas eu não

AS COMPRAS NO ARMAZÉM - A empresa onde meu pai trabalha tem um armazém. Eh lá que meus pais faz as compras do mês. A gente vai com um carrinho de madeira para trazer as compras

O CASTIGO DE ANIVERSÁRIO - Minha mãe me pôs de castigo, meu pai não falou nada e meu irmão não conversa comigo

VENDEDOR DE PICOLÉS - Peguei o carrinho com cinquenta picolés e fui para nosso bairro tentar vender lá. Parei em frente a nossa casa. Meus irmãos ficaram perguntando o que eu fazia ali. Eu dizia que estava vendendo picolé e se algum deles quisesse teria que pagar

A GALINHA, OS PINTINHOS, A JABUTICABEIRA E O FLAMBOYANT - Meu pai tem um galinheiro com um monte de galinhas e vários pintinhos. A jabuticabeira está do meu tamanho e o Flamboyant da altura do muro

O FILHO CAÇULA - Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e avôs. Obviamente recebem mais presentes e de mais pessoas. Mas não numa família de 18 irmãos

ENGRAXANDO SAPATOS - Eu ia para a cidade e ficava no cruzamento das duas principais ruas, porque ali passava a maioria das pessoas a pé. Muitos que queriam engraxar os sapatos não acreditavam que eu seria capaz de engraxar os sapatos deles direito