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Mostrando postagens de dezembro, 2017

A PROMESSA - Minha história começou quando a empresa onde meu pai trabalha construiu uma capela em honra a Nossa Senhora da Conceição. Isso mesmo, quando uma capela foi construída

1º CAPÍTULO - A PROMESSA As histórias das pessoas geralmente começam quando elas nascem. Para algumas pessoas suas histórias começam de verdade quando dão seus primeiros passos sozinhos. Alguns, admitem que suas histórias só começaram quando se formaram na faculdade, ou foram morar sozinhos, ou se casaram, ou ainda iniciaram um grande negócio, mas o fato eh que todos começam suas histórias quando adquirem vida no ventre da mãe. Mas não eu.  Minha história começou quando a empresa onde meu pai trabalha construiu uma Capela em honra a Nossa Senhora da Conceição. Isso mesmo, quando uma capela foi construída. Meus pais se casaram nesta capela e ali fizeram a promessa de ter tantos filhos quantos Deus e Nossa Senhora permitisse. Assim, um ano e quatro meses depois do casamento de meus pais nasceu minha irmã mais velha. Ela era a mais querida, mais paparicada, mais amada. Mas isso durou pouco. Um ano e quatro meses depois nasceu meu irmão mais velho e, minha irmã, perdeu o p

O FILHO CAÇULA - Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e avôs. Obviamente recebem mais presentes e de mais pessoas. Mas não numa família de 18 irmãos

2º CAPÍTULO - O FILHO CAÇULA  Ser o filho caçula tem lá suas vantagens. Recebem mais atenção dos pais, dos tios e dos avôs. São mais paparicados e até podem fazer algumas travessuras que os filhos mais velhos não podiam. Talvez porque os pais já sabem muito bem  a tarefa de criar um filho e acabam por serem mais relaxados. No que se refere a presentes no aniversário, dia das crianças ou natal, obviamente o filho caçula eh o que ganha mais presentes e de mais pessoas.  Bem, isso numa família de três, quatro ou até cinco filhos. Mas em minha família de dezoito filhos, eu não sou visto como filho caçula, mas sim, como mais um filho daquela casa cheia de gente. "Casa cheia de gente" eh assim que a vizinhança e parentes nos conhecem. Assim, as vantagens de ser o filho caçula naquela casa cheia de gente duraram muito pouco, ou, nem as tive. Em nossa casa, por ordem de meus pais, os irmãos mais velhos tem que tomar conta dos mais novos e os mais novos tem que tomar c

O NOSSO BAIRRO - O rio contorna nosso bairro quase fazendo um círculo. O único pedaço que falta, passa as linhas do trem, fazendo do nosso bairro uma quase ilha

3º CAPÍTULO - O NOSSO BAIRRO O bairro que a gente mora eh todo plano. Na verdade a empresa onde meu pai trabalha aterrou todo ele, porque era muito irregular e com grandes crateras por estar na beira do rio. Este nosso bairro foi construído pela empresa onde meu pai trabalha. Não só o bairro, mas todas as casas dele. Este nosso bairro fica um pouco afastado da cidade, e para se chegar até ele tem que atravessar as linhas do trem. Este bairro tem três ruas bem largas e compridas, e são de terra batida. São as Ruas: "R", "M" e "V". Estes nomes representam o nome da empresa onde meu pai trabalha (Rede Mineira de Viação). E quatro travessas mais estreitas que as interligam em quatro pontos, que também são de terra batida. Nosso bairro tem o nome de "Vila Operária". Única casa que fica em uma dessas travessas, na última travessa na verdade, e de fundos para o rio, eh a casa do engenheiro chefe da empresa onde meu pai trabalha. Eh um casar

A NOSSA CASA - Nossa casa fica na Rua UM, aquela rua onde passa a linha do trem. Por isso chamamos nossa rua de "O Canto da Linha"

4º CAPÍTULO - A NOSSA CASA Nossa casa fica na Rua "R", aquela rua onde passa a linha do trem. Por isso chamamos nossa rua de "O canto da linha". Todas as casas das três ruas são iguais. Todas as casas têm três quartos, sala, copa, cozinha, banheiro no fundo do terreiro da casa e uma coberta na saída da porta da cozinha para o terreiro. Nesta coberta fica o fogão a lenha, igual em todas as casas. Somente nossa casa tem um alpendre na frente da porta de entrada na sala. E somente nossa casa o banheiro fica dentro de casa e não no fundo do terreiro, como as outras casas. Ela tem este alpendre e o banheiro dentro de casa, porque foi construída para um dos engenheiros da empresa onde meu pai trabalha, mas ele não gostou da casa, então passaram a casa para meu pai morar, porque era o funcionário que tinha mais filhos. Todas as casas têm um quintal no fundo que a gente chama de terreiro e um jardim na frente. Nossa casa era como todas as outras. Era, porque

ALÉM DAS TRÊS RUAS - Este campo de futebol foi construído para os funcionários desta empresa. A Capela foi construída em Louvor à Nossa Senhora da Conceição

5º CAPÍTULO - ALÉM DAS TRÊS RUAS No nosso bairro, além das três ruas e as quatro travessas, a empresa onde meu pai trabalha construiu um campo de futebol. Este campo de futebol foi construído além das três ruas e entre a terceira e quarta travessa. Eh para os funcionários desta empresa se divertir e fazer o que a maioria mais gosta, que eh jogar bola. Meu pai eh um desses funcionários que gosta muito de jogar bola. Além deste campo de futebol a empresa também construiu uma Capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição. Aquela Capela onde meus pais se casaram e fizeram a promessa que permitiu eu estar aqui. Esta capela fica além das três ruas na saída da terceira travessa fazendo alinhamento com o campo de futebol. Uma capela simples com entrada pela frente e por uma escadaria na lateral. Foi nesta capela que meus irmãos mais velhos, quase todos eles, fizeram a primeira comunhão. A professora de Catecismo eh nossa tia, irmã da minha mãe. A aula de catecismo eh sempre depois

UMA CASA PARA VINTE PESSOAS - Parece difícil vinte pessoas morando na mesma casa, mas como os filhos vêm um a um, tornar isso possível fica até fácil

6º CAPÍTULO - UMA CASA PARA VINTE PESSOAS Parece difícil vinte pessoas morando numa mesma casa, mas como os filhos vêm um a um, tornar isso possível fica até fácil. Meus pais tinham o quarto deles. O outro quarto grande tinha quatro camas onde dormiam os meus quatro irmãos mais velhos. Nos outros três quartos que eram menores tinha duas camas cada um. E em cada cama dormia dois irmãos meus. Um na cabeceira e outro nos pés. Meu quinto irmão mais velho dormia numa cama de abrir, que era uma cama de mola que dobrava no meio. Na hora de dormir, ele abria essa cama em um dos quartos entre as duas camas e dormia lá. Eu dormia no berço que ficava no quarto dos meus pais. Dormia, porque quando fiz um ano minha mãe passou este berço para a sala. Assim eu dormia no berço na sala. As noites geralmente eram tranquilas. Meu pai trabalha na empresa que ficam em frente a nossa casa, depois da linha do trem que passa do outro lado. Os galpões desta empresa são tão compridos quanto a r

MORANDO DEBAIXO DA MESA - Comecei a dormir debaixo da mesa e como não tinha que ir à escola ainda, fico mais tempo debaixo desta mesa que fora dali.

7º CAPÍTULO - MORANDO DEBAIXO DA MESA Dormir na sala e no berço não era problema para mim, isto até eu não caber mais no berço. Com seis anos não dava mais para dormir no berço e então minha mãe teve que improvisar um lugar para eu dormir. Por ser o filho caçula, não tinha direito a nenhuma cama. Alguns dos meus irmãos já reclamavam de ter que dormir dois na mesma cama, então me colocar para dormir com algum deles estava fora de questão. Minha mãe então decidiu que eu iria dormir debaixo da mesa. Aquela mesa grande da copa. Assim, ela forrou com cobertores o chão e ali ficou sendo minha cama. Comecei a dormir debaixo da mesa e como não tinha que ir à escola ainda, fico mais tempo debaixo desta mesa que fora dali. Não só dormia, mas almoçava ali em baixo, tomava café da manhã e o café da tarde. Debaixo da mesa acabou se tornando meu pequeno mundo. Claro que meus irmãos mais velhos quando estão tomando café da manhã para irem para a escola ou trabalhar, ficam me dando peq

O BOLINHA - Meu irmão mais velho, que gosta de zoar com as pessoas, me apelidou de "Bolinha", dizendo que eu sou o cachorrinho da família

8º CAPÍTULO - O BOLINHA Minha tia, irmã de minha mãe eh nossa vizinha. Ela tem um cachorro que comprou para levar para o sítio que ela tem e fica fora da cidade. Este cachorro passou um tempo morando na casa dela e ele gostava de descansar e dormir em cima do pedal da máquina de costura de minha tia. O nome dele eh "Bolinha" Como eu gosto de ficar debaixo da mesa, meu irmão mais velho, que gosta muito de zoar com as pessoas, logo me apelidou de "Bolinha", dizendo que eu sou o cachorrinho da família. E assim, ele e todos de minha casa só me chamam de Bolinha. Quase não ouço ninguém dizer meu nome, pois até os outros meninos da rua e amigos de meus irmãos só me conhecem por Bolinha. Sempre dizendo que eu sou o cachorrinho da família. Ser o filho caçula de dezoito irmãos tira de você todos os privilégios e faz de você uma espécie de faz tudo. Assim, quando minha mãe pede para algum irmão meu fazer alguma coisa ou buscar algo, eles sempre dizem: "P

COMPRAR CARNE E TER QUE DEVOLVER - Quando chego no açougue, eu digo todo sem graça para o açougueiro que minha mãe tinha mandado devolver a carne. Ele não gostava, pegava a carne e dizia que ia arrumar outra, mas eu dizia "Ela quer o dinheiro de volta"

9º CAPÍTULO- COMPRAR CARNE E TER QUE DEVOLVER Comprar carne ou verduras para minha mãe ou para minha avó nenhum dos meus irmãos quer. Eles já fizeram isso quando eram menores, mas agora sobra só pra mim. Não seria nada demais ir comprar se não fosse a exigência de minha avó quando pede para comprar carne. Minha avó quando não esta podendo ir à cidade para comprar carne, pede minha mãe para me mandar no açougue. Minha avó sempre diz "se vier carne ruim eu devolvo. Avisa para o açougueiro" E este era o problema. Quando eu chego e entrego a carne para minha avó, ela olha e diz "Vai devolver, não quero essa porcaria" e continua falando: "Cadê a carne? Só tem sebo aqui. Volta e fala para o açougueiro que quero o dinheiro de volta e que eu não como porcaria". A maioria das carnes que eu compro para minha avó, eu devolvo. O pior eh ir ao açougue devolver. Eu vou todo sem jeito já que meus irmãos dizem que não vão de jeito nenhum. E eles já tinham pas

A ESCOLA LONGE DE CASA - Não sei porque, mas minha mãe me matriculou em uma escola que ficava na cidade e eu tinha que ir a pé. Um de meus irmãos mais velho me levava até que eu aprendesse o caminho

10º CAPÍTULO - A ESCOLA LONGE DE CASA A empresa que meu pai trabalha construiu uma escola e uma farmácia no nosso bairro, uma do lado da outra. Foram construídos na terceira travessa, na mesma época que construiu as casas, a igreja e o campo de futebol. Eh para os funcionários e suas famílias. Todos os meus irmãos estudam ou estudaram nessa escola. Não sei por que, mas minha mãe me matriculou em uma escola que fica na cidade, e tenho que ir a pé. Um de meus irmãos mais velho era quem me levava na escola até que eu aprendesse o caminho. A escola eh longe, eu andava bem devagar e o irmão meu que estivesse me levando ficava reclamando: que eu não sabia andar direito, que eu parava para olhar tudo e que ia chegar na escola depois que a aula tivesse acabado. Nenhum deles gostava de me levar na escola, diziam que perdiam tempo demais comigo. Depois de um tempo passei a ir sozinho. No primeiro dia em que fui sozinho para a escola, cheguei atrasado e muito. Minha professora mand

AS COMPRAS NO ARMAZÉM - A empresa onde meu pai trabalha tem um armazém. Eh lá que meus pais faz as compras do mês. A gente vai com um carrinho de madeira para trazer as compras

11º CAPÍTULO - AS COMPRAS NO ARMAZÉM A empresa onde meu pai trabalha tem um armazém. Este armazém foi construído também na mesma época em que a empresa construiu as casas, a escola, a farmácia e o campo. Este armazém vende muitas coisas e só para os funcionários da empresa. Eh neste armazém que meus pais fazem as compras todos os meses. O que eles compram ali, a empresa desconta depois do salário do meu pai. Na nossa casa tem um balcão de madeira que a marcenaria da empresa onde meu pai trabalha fez para ele. Este balcão tem três divisões. Duas iguais e a outra eh a metade do tamanho de uma destas divisões. Eh neste balcão que meu pai coloca o arroz, o açúcar e o feijão que ele compra no armazém. Lá cabe certinho o que ele compra. Ele compra um saco de arroz de sessenta quilos, um saco de açúcar de sessenta quilos e trinta quilos de feijão. As outras coisas que ele compra, minha mãe coloca no armário de madeira feito também na marcenaria da empresa onde ele trabalha. A emp

OS FINS DE SEMANA - Meus pais têm esse trabalho todo pensando em ter um dinheiro a mais para gastar com a gente, mas nós só pensamos no que vai sobrar pra gente comer. Porque nesses dias eh que comemos algo diferente, porque o almoço eh sempre igual, menos domingo, que eh diferente.

12º CAPÍTULO - OS FINS DE SEMANA Minha mãe faz doces e salgadinhos para festa de aniversário e casamento por encomenda. Quem ajuda eh meu pai e meus irmãos mais velhos. Meu pai principalmente. Geralmente eh nos finais de semana, mas às vezes tem encomenda para o meio de semana também. Quando eh casamento a encomenda tem bolo de três andares e muitos salgados e doces. O bolo só meu pai sabe fazer. Os salgados e doces eh o meu pai quem faz a maioria. Meus irmãos ajudam, mas não sabem fazer como meu pai. Minha mãe faz as massas dos salgados e doces. Às vezes meu pai chega do serviço na sexta e fica até bem a noite fazendo essas quitandas e depois no sábado levanta muito cedo para continuar. Quando a pessoa que encomenda esses salgados e doces chega aqui em casa para pegar, meus pais estão terminando de fazer. Sempre em cima da hora, como costuma dizer minha mãe. Eh fazendo essas quitandas para festas que minha mãe ajuda meu pai nas despesas. Tem alguns doces que meu pai n

A GALINHA, OS PINTINHOS, A JABUTICABEIRA E O FLAMBOYANT - Meu pai tem um galinheiro com um monte de galinhas e vários pintinhos. A jabuticabeira está do meu tamanho e o Flamboyant da altura do muro

13º CAPÍTULO - A GALINHA, OS PINTINHOS, A JABUTICABEIRA E O FLAMBOYANT Todos os dias quando chego da escola, antes mesmo de entrar em casa vou até o galinheiro. Meu pai tem um galinheiro com um monte de galinhas. Eu vou lá porque a galinha carijó chocou os ovos e nasceram doze pintinhos. Quando chego na tela do galinheiro todas as galinhas vêm até onde eu estou porque sabe que a gente joga comida pra elas. Eu sempre pego algumas folhas de couve que tem na horta que meu pai fez para jogar para as galinhas. A galinha com os pintinhos não vêm até onde eu estou. Ela fica sempre mais nos fundos do galinheiro. Eu seguro as folhas de couve na tela e as galinhas comem na minha mão. Elas não têm medo da gente. Os pintinhos da galinha carijó passam pelos buracos da tela e andam no nosso terreiro, mas sempre voltam para a mãe deles. Tem outra galinha chocando quinze ovos. Eh uma galinha do pescoço pelado. Onde meu pai coloca as galinhas para chocarem ovos fica separado do galinheiro.

A TRAVESSIA - Eu não sei nadar. Meu irmão me colocou em seus ombros para atravessar o rio. No meio do rio começamos a afundar. Meu irmão conseguiu se salvar, mas eu não

14º CAPÍTULO - A TRAVESSIA Meu pai sempre gostou de pescar. Às vezes vai pescar no rio que contorna nosso bairro aqui no bairro mesmo, mas a maioria das vezes ele vai a lugares afastados daqui. Na maioria de se suas pescarias ele leva um filho ou dois. Como minha mãe não tinha encomendas de salgados para sábado, ele disse que sairia para pescar sábado de manhã e que eu iria com ele. Meu irmão mais velho também. Como a gente ia a pé, Saímos bem de manhã para um lugar que meu pai já tinha pescado lá outras vezes e que ele chama de 48. Este lugar fica, para meu pai e meu irmão, não muito longe de nossa casa, mas para mim, eh muito longe. O rio eh o mesmo que da contorno ao nosso bairro. Para se chegar ao 48 nós fomos por uma estradinha de terra que acompanha a linha do trem. Não tinha subida nem descida, mas mesmo assim eu ando muito lentamente e paro para ver tudo que eu acho legal. Com isso meu pai foi se distanciando, porque segundo ele eu estava atrasando a pescaria dele,

AS BANANAS - Por sorte minha, o dono do lugar onde comprei as bananas foi lá em casa levar as bananas que eu tinha esquecido, mas ainda assim minha mãe me bateu

15º CAPÍTULO - AS BANANAS Aqui em casa tem muitos pés de bananas. Elas ficam no terreiro e tem dois tipos de bananas. Meus irmãos dizem que são bananas caturra e banana prata. Os pés de banana prata só dão cachos quando estão bem altos e os de caturra quando chega na altura do muro já dão os cachos de bananas. Os pés daqui de casa tem cachos de bananas, mas estão todas verdes ainda. Por isso, minha mãe me pediu para ir ao verdureiro que fica na cidade para comprar bananas. Ela escreveu no papel que queria todo o dinheiro que estava comigo em bananas. Fui como sempre, andando devagar e com meu pneu velho de bicicleta que eu brincava de rodar pneu. A brincadeira era ir batendo neste pneu para ele ir rodando. Em quase todos os lugares que eu vou, sempre vou tocando pneu. Minha mãe às vezes não deixava eu ir com meu pneu, porque segundo ela, era o motivo porque eu levava uma eternidade para fazer alguma coisa. Mas fui comprar as bananas tocando meu pneu. Um bom tempo depois

O CASTIGO DE ANIVERSÁRIO - Minha mãe me pôs de castigo, meu pai não falou nada e meu irmão não conversa comigo

16º CAPÍTULO - O CASTIGO DE ANIVERSÁRIO Meu irmão mais velho esta fazendo aniversário e vai dar uma festa para os amigos dele aqui em casa. Não me lembro de minha mãe fazer festa de aniversário para mim nem para meus irmãos mais novos. Nem para meus irmãos mais velhos também. Acho que hoje eh a primeira festa de aniversário que eu vejo aqui em casa. Minha mãe fez alguns salgadinhos e doces. Fez um bolo também. Meu irmão preparou a festa na sala e pediu para mim e meus irmãos menores não aparecer na sala quando os amigos dele chegarem. Um amigo de meu irmão chegou com um aparelho que toca música. Eles ligaram este aparelho para testar e colocaram musica. Achei interessante aquele aparelho que não eh rádio ficar tocando música. Aqui em casa tem um rádio que minha mãe liga quase todos os dias. Quando meu pai chega do serviço a tarde ele pega o rádio e leva para onde ele estiver. Diz que eh para ouvir as notícias. Meu pai e minha mãe sempre dizem para eu não por a mão ne

AS PEDRAS DE GELO - Peguei a vasilha e fui buscar o gelo. O meninos que estavam jogando bola vieram em minha direção e levaram todo o gelo. Minha mãe não acreditou em mim

17º CAPÍTULO - AS PEDRAS DE GELO Em nossa casa não tem geladeira. Nunca tivemos uma. Minha ideia de geladeira eh que ela serve pra fazer gelo. Minha tia e nossa vizinha têm geladeira. Minha mãe às vezes pede meu irmão para levar alguma coisa na casa de nossa tia para ela guardar na geladeira pra ela. Eu nunca vi o que era e nem por qual motivo ela mandava colocar na geladeira. Devia ser para virar gelo. Minha mãe compra leite todos os dias e ferve ele no nosso fogão a lenha. Às vezes o leite sobe e derrama. Minha mãe fica xingando porque ninguém viu o leite derramar. Ela disse que faz isso para o leite não azedar. Ela fala que se tivesse geladeira não precisava ferver o leite. Aqui em casa, geralmente no domingo, minha mãe faz um suco para que a gente possa beber durante o almoço. Eu não gosto de suco e então não bebo nada na hora do almoço. Minha mãe sempre pede para um irmão meu ir na nossa tia e vizinha pedir gelo para colocar nesse suco. Neste domingo minha tia diss

O PADRE QUE PASSAVA FILME NA PAREDE - Então fui até a copa, do outro lado da parede, para esperar o filme atravessar a parede e eu ver de perto.

18º CAPÍTULO - O PADRE QUE PASSAVA FILME NA PAREDE Aqui no bairro onde moramos não tem sala de cinema, mas na cidade tem. Mas no bairro tem um padre que passa filme na parede das casas dos moradores do bairro. Ele passa o filme sempre no sábado e quando ele pode. Já tinha ido em muitas casas passar o filme, mas aqui em casa ele nunca tinha vindo. E neste sábado meu pai avisou pra gente que ele viria passar o tal filme para nós. Quando o padre chegou já estava de noite. Ele chegou e já foi arrumando a sala para passar o filme. Prendeu um pano branco grande na parede da sala e depois ligou umas máquinas e começou a passar o filme. Nossa sala ficou cheia só com meus pais e meus irmãos. Eu estava lá vendo o padre montar tudo, mas quando foi para começar, vieram meus pais e meus irmãos e foram sentando no chão bem perto de onde estava passando o filme. Com isso foram me empurrando para trás e acabou que fiquei o mais longe de onde passava o filme, estava na porta do quart